terça-feira, 6 de maio de 2014

Meu ídolo morreu de Aids - Cazuza





"As vezes fico pensando que a aids parece mesmo coisa da CIA misturada com o Vaticano. Sei que é um pouco de loucura pensar isso, mas faz sentido, faz. Faz muito sentido." - Cazuza
Agenor de Miranda Araújo Neto, primeiro ídolo popular a admitir que estava com Aids, o roqueiro carioca, aos poucos estavam com o rumo ao fim inexorável. O cantor dos versos, fez questão de morrer em público sem se quer esconder o que lhe estava passando. Falava sem vergonha da sua bissexualidade, e que estava com dificuldade de se livrar do álcool, mesmo assim o artista continuava se expondo aos olhares do público e da mídia. Esses olhares bem carregado de muitas opiniões. Há quem contemplem sua imagem com admiração pela coragem e garra do poeta-cantor, há quem busque o escândalo e os "flash" e há quem o apontem como herói e sintam fascinados em beijá-lo na boca em público.
O cantor fumava maconha, cheirava cocaína e usava heroína, embora seu vício mais sério sempre tenha sido o álcool. Junto às drogas soma-se uma vida sexual extremamente intensa, com parceiros e parceiras,, e se tem um quadro da vida de Cazuza, dos caminhos que ele percorreu.
Cazuza desconfiou que estava com Aids desde 1985, quando começou a ter febre nos fins de tarde, se tratava com duas aspirinas e ia para os bares a noite.
Em Outubro de 1987, com os sintomas da Aids que se manifestava com mais vigor, Cazuza foi internado com pneumonia, ele fez os testes e descobriu a verdade. O consultório de seu médico ficava perto da praia, para onde ele foi depois de ver os resultados dos exames. "Sentei num banco diante do mar e fiquei apavorado, pensando: eu vou morrer, eu vou morrer", conta ele numa entrevista para a revista Veja. Ele então, foi para a casa dos pais e comunicou que ia morrer, seus pais não aceitaram o fatalismo do cantor e o internaram numa clínica. Eles não saíram do seu lado nenhum minuto. Quando saiu da clínica, Cazuza gravou o LP Ideologia, que consideram um disco um pouco triste.
Em Outubro de 1989, depois de quatro meses a base de um tratamento alternativo em São Paulo, Cazuza partiu novamente para Boston, onde ficou internado até Março de 1990 voltando assim para o Rio de Janeiro. No dia 7 de Julho de 1990, Cazuza morre aos 32 anos por um choque séptico causado pela Aids. No enterro compareceram mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs. O caixão, coberto de flores e lacrado, foi levado à sepultura pelos ex-companheiros do Barão Vermelho. Cazuza foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Sobre o tampo de Mármore o túmulo aparece o título de seu último grande sucesso, "O Tempo Não Para", e as datas de seu nascimento e morte. Em sua lápide nada consta além de seu famoso codinome.
Legado:
Em apenas nove anos de carreira, Cazuza deixou  126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros intérpretes. Após sua morte, os pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza, em 1990, que tem como intenção proporcionar uma vida melhor a crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer. Em 1997, a cantora Cassia Eller lançou o álbum Veneno AntiMonotonia, que traz somente composições de Cazuza. 

"Você está vivo. Esse é seu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho." -Cazuza (em memória)

Outros artistas que morreram de Aids:
Renato Russo - cantor e compositor
Lauro Corona - Artista famoso
Henfil - Jornalista
Wagner Bello- Conhecido no Castelo Rá-Tim-Bum
Betinho- Sociólogo
Entre outros.




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